segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Os arados do poema



Os arados do poema vão lavrando
os longos poisios do tempo,
e as mãos poetas
semeando leiras de versos.
Palavras flores
que em Maio hei-de colher
para semear de novo
no silêncio do meu ser.
Os arados do poema vão desbravando
os pousios do mundo
e as mãos, trementes de sonho, semeiam palavras
no espaço do silêncio.
Vou procurando palavras que ao sonho dêem sentido.
Palavras postas em segredo à beira da minha dor.
A caneta vai lavrando leiras de versos
neste campo que semeio
que no mês de Maio hei-de colher.