terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Vou-me embora


Digo em voz baixa:
vou-me embora,
vou fugir
da prisão do meu país...
Mas sofrendo o exílio
mesmo antes de partir
eis-me sempre regressando
à pátria donde não saí.
Nem sei o que me prende 
realmente.
se os campos serenos
da aldeia onde cresci,
se as praias sem fim
onde aprendi meu país,
esta poesia atlântica
que circula
da paisagem para mim.



No Princípio Era o Mar, p.91