terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Partir de novo






Perdido o mar antigo,
das sete partidas voltámos
ao sítio da partida.

E partir de novo
porque não?
Dizem alguns
de rosto tisnado
pelos sóis do sertão.
Porque não partir
se há tanto mar
por desvendar?

Não. Partir de novo , não!
Respondem outros
cansados e sem revolta.
Não queremos outra derrota.
Nosso lugar, agora,
é ter de ficar aqui
nestas terras e areias.
Partir de novo, não,
já perdemos o jeito de semear
e os próprios desertos
já nem desertos são.

Este povo já não são
os navegantes
que venceram a dor
no corpo mar das amantes.
Este povo já não são
poetas de palavras caravelas,
este povo já não somos,
portugueses.

Perdemos o sentido
e perdidos
nos perderam confundidos.
Somos agora velhos cansados
sem olhares de sol
luzindo em noites de maio.
Nossos corpos amolecidos
no prazer das coisas fáceis
já não conseguem suster
o peso das amarras.
Derrota é mais do que prisão
do que naufrágio
é vergonha de sermos
e remorso sem revolta.

Perdido o mar antigo,
das sete partidas voltámos
ao sítio da partida.
E partir de novo
porque não?
Dizem alguns
de rosto tisnado
pelos sóis do sertão.
porque não partir
se há tanto mar
por desvendar?
Não. Partir de novo , não!
respondem outros
cansados e sem revolta.
Não queremos outra derrota.
Nosso lugar, agora,
é ter de ficar aqui
nestas terras e areias.
Partir de novo, não,
já perdemos o jeito de semear
e os próprios desertos
já nem desertos são.

Este povo já não são
os navegantes
que venceram dor
no corpo mar das amantes.
este povo já não são
poetas de palavras caravelas,
este povo já não somos,
portugueses.
Perdemos o sentido
e perdidos
nos perderam confundidos.
Somos agora velhos cansados
sem olhares de sol
luzindo em noites de maio.
Nossos corpos amolecidos
no prazer das coisas fáceis
já não conseguem suster
o peso das amarras.
Derrota é mais do que prisão
do que naufrágio
é vergonha de sermos
e remorso sem revolta.