terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Vento soão





Por vezes apetecia que viesse
vento soão
e que vento soão trouxesse
em suas crinas ardentes
recordações da savana.
A voz de samba, meu amigo fula,
a de Bakar, velho mandinga.
Por vezes apetecia partir de novo
para as bolanhas da Guiné,
subir o Geba de barcaça
e aproar em Bafatá.
Apetecia conversar crioulo
com as gentes do chão gabu
esquecendo a guerra em vão
que outrora nos aproximou.



No Princípio Era o Mar, p.90